segunda-feira, 12 de março de 2012

DAVI NA CORTE REAL - VIVENDO COM SABEDORIA


Texto Áureo: 1 Samuel 18.5
Verdade Prática: Deus deu a Davi unção, bem como prestígio diante de Israel, e ele se conduziu com prudência na presença de seus líderes e auxiliares.
Leitura Bíblica: 1 Samuel 16.18; 18.2-5,13,14

Lição 03

INTRODUÇÃO

Mesmo antes de derrotar Golias, Davi já era um jovem talentoso e temente a Deus (1 Sm 16.18). Todavia, após sua vitória esmagadora sobre Golias e, conseqüentemente, sobre o exército filisteu, Davi tornou-se o centro das atenções, tanto da tropa israelita como do povo em geral. Essa notoriedade trouxe novos desafios para o filho de Jessé, porém, o mais importante foi o seu proceder com sabedoria e discernimento na administração dos conflitos advindos dessa nova situação. A admiração e o respeito do povo motivaram a inveja do rei, que passa a considerar o novo herói nacional seu rival e inimigo. O mesmo ocorre hoje na obra de Deus, gerando situações difíceis, acusações injustas, ameaças, obstáculos e prejuízos à igreja.

I.                   AS QUALIDADES E VIRTUDES DE DAVI

  1. Um homem talentoso: Como já vimos Davi, mesmo antes de vencer o gigante Golias, já era possuidor de virtudes, habilidades e qualidades que lhe permitiram conduzir-se prudentemente na corte real. Quando os servos de Saul solicitaram um músico para tocar para o rei em suas crises espirituais, um deles demonstrou conhecer a pessoa ideal: “Eis que tenho visto um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é valente, e animoso, e homem de guerra, e sisudo em palavras, e de gentil presença; o SENHOR é com ele” (1 Sm 16.18b)
É oportuno lembrar que nesse tempo o Espírito do Senhor já havia se retirado de Saul, e um espírito maligno o oprimia (1 Sm 16.14,15,23). Seus passos seguintes foram tenebrosos, pois consultou uma feiticeira (1 Sm 28.7) e cometeu suicídio (1 Sm 31.4,5).
  1. Um homem com muitas habilidades: Algumas virtudes, habilidades e qualidades de Davi são imprescindíveis à igreja nos dias atuais:
a)      Músico: Davi sabia tocar magistralmente. Era exímio músico e poeta, e isso muito contribuía para ser ele um homem spiritual, metódico, organizado e sensível às questões divinas. Basta lermos seus muitos Salmos para constatarmos essa realidade. É altamente importante para a igreja de Deus e para a vida cristã de cada um com a verdadeira música evangélica, a “música de Deus” (1 Cr 16.41,42); música inspirada pelo Senhor e bem executada (Sl 33.3); música espiritual que ensina e edifica (Cl 3.16).
b)     Forte: Os livros de 1 e 2 Samuel; 1 Crônicas e Salmos registram os feitos corajosos, resolutos, decisivos e vitoriosos de Davi. Neles vemos um homem de fé, oração, justo, temente a Deus e perseverante, como no caso registrado em 1 Crônicas 14.8-17.
c)      Valente: Davi, por confiar inteiramente no Senhor, era um homem destemido em seu desempenho com o rei de Israel. Ele demonstrou coragem, habilidade e eficiência antes de ocupar o trono e depois, quando nele assentou-se.
d)     Homem de guerra: Infelizmente as guerras com os seus incontáveis sofrimentos e conseqüências vêm dos primórdios da humanidade, a partir do momento em que o pecado nela entrou (Gn 3; Pv 6.14; Tg 4.1,2). Vemos Caim matando seu irmão Abel (Gn 4.8) e, a partir daí, a Bíblia registra muitas guerras, basta ler Gn 14.1-17, bem como grande parte do Antigo Testamento.
e)      Sisudo em Palavras: O renomado comentarista bíblico John Gill declarou que Davi era um homem “prudente em seus assuntos; nas suas falas e conversas; na conduta e comportamento; e que sabia se conduzir, até mesmo na corte real”.
f)       Boa aparência: A boa, cuidada e equilibrada aparência e compostura de uma pessoa influencia a visão das demais a respeito dela. Aliás, a aparência é algo tão marcante que, se não fosse Deus, Samuel ungiria a pessoa errada (1 Sm 16.6,7). Quando Saul ascendeu ao trono, sua aparência, inclusive seus traços físicos, foram logo percebidos e mencionados pelo povo (1 Sm 9.2; 10.23). Convém dizer que o que agradou ao Senhor ao escolher Davi foi o seu interior (1 Sm 16.7), e não a sua imagem externa. Vemos aqui um princípio a que a igreja deve estar atenta ao avaliar alguém como homem de Deus, ou não, somente pelo que vê ou ouve.
g)      O Senhor era com ele: Davi era piedoso, um homem temente a Deus. A piedade aparece na vida do filho de Jessé como uma virtude que deve ser imitada (1 Tm 4.8; 6.11). O Eterno era tudo para Davi (Sl 18.2), e isso fez toda a diferença em sua vida. Sua inteira e voluntária submissão ao Senhor fez dele o maior monarca da história bíblica.

II.                O TALENTO DE DAVI NA CORTE

  1. Davi como escudeiro do rei: Antes de chegar a ser o escudeiro do rei Saul, o jovem Davi era um simples camponês, trabalhando como pastor das ovelhas de seu pai (1 Sm 17.15), e tinha a habilidade de tocar instrumentos de cordas (1 Sm 16.18). Na corte, Davi era praticamente um desconhecido (1 Sm 17.55,56).
O homem segundo o coração de Deus obteve êxito desde o princípio e em todo lugar, porque foi alguém que sempre cultivou em seu espírito a humildade de aprender e de começar de baixo. Quem quer chegar aonde Davi chegou, deve saber se portar, agir com humildade e estar sempre pronto a aprender.
  1. Como comandante das tropas: Até o seu desafio a Golias, Davi era um aprendiz na casa real (1 Sm 16.21). Todavia, essa situação mudou drasticamente graças à sua estupenda vitória sobre Golias, o filisteu de Gate. De um simples músico e escudeiro-aprendiz, Davi foi promovido a comandante de tropas (1 Sm 18.5).
Davi, por ser fiel e amar ao Senhor e à sua Palavra, soube se conduzir como iniciante e também portar-se numa posição elevada e de autoridade. Em ambos os casos, Davi estava instruído a como se conduzir: quando era dirigido como subordinado e quando dirigia como chefe. Não é difícil executar tarefas mais difíceis, extensas e complexas quando se aprende bem a fazer as mais simples, buscando ao Senhor, o divino Mestre, que tudo conhece.

O CARISMA DE DAVI NO PALÁCIO REAL

  1. Nos relacionamentos: Inicialmente Davi foi  muito estimado pelo próprio rei (1 Sm 16.22), mas isso foi apenas no começo, depois tudo mudou (1 Sm 18.7-16). Entretanto, na corte, ele ampliou seus relacionamentos, demonstrando empatia com as três principais classes de pessoas no reino:
a)      O filho do rei: Sem dúvida, essa estima contagiante para com Davi, que logo fez com que o filho do rei se tornasse o seu melhor amigo, foi muito importante e necessária em sua vida, como se vê em 1 Sm 23.16,17. Não devemos esquecer que Jônatas era um potencial herdeiro do trono de Saul, e com certeza Saul pensava assim (1 Sm 20.31). Todavia, Jônatas não enxergava Davi com um rival, mas como o seu melhor amigo.
b)     Todo o povo: Davi era benquisto pelo povo (1 Sm 18.5). Uma característica de quem obtém ascensão social de forma meteórica é esquecer suas origens e raízes. Porém, Davi não agiu assim. Mesmo convivendo no palácio, ele não perdeu seus referenciais do campo. Ele soube construir novos relacionamentos, mas também manter aqueles já existentes.
c)      Servos de Saul: Ainda dentro da corte de Saul, Davi construiu relacionamentos com os funcionários do rei (1 Sm 18.5), e manteve boas amizades até mesmo com os servos de Saul.
  1. Para administrar conflitos: Davi se portou com sabedoria na corte quando demonstrou habilidade para administrar conflitos: “E as mulheres, tangendo, respondiam umas às outras e diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares” (1 Sm 18.7). A Escritura registra ainda que “daquele dia em diante, Saul não via a Davi com bons olhos” (1 Sm 18.9 – ARA). Isto é, o primeiro rei de Israel passou a ter inveja de Davi. O espírito maligno que nele atuava tornou isso pior do que se imagina.
A Bíblia mostra que Davi fez o possível para que o seu relacionamento com Saul fosse mantido amistosamente, no entanto, a condição espiritual e emocional do rei não permitiu isso. Mesmo quando sofreu tentativas de assassinato por parte do rei, Davi não revidou, mas preferiu fugir (1 Sm 18.11; 19.1). Quando teve oportunidade para matar o rei, mas uma vez ele procurou reatar as relações rompidas e não “tocou” no ungido do Senhor (1 Sm 26.9-25).

CONCLUSÃO

A passagem do homem segundo o coração de Deus pela corte real, antes de sua ascensão ao trono de Israel, foi algo marcante em sua vida. Todos temos algo a aprender com o até então futuro monarca de Israel. O modo como ele se conduziu e construiu uma forte rede de relacionamentos talvez seja uma de suas maiores proezas. A Escritura registra que isso se deu graças à sua forma prudente de se conduzir no meio de príncipes, do exército e do povo em geral.



Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 41º/2009
Comentarista: José Gonçalves
Consultor Doutrinário e Teológico: Antonio Gilberto
Tema Central: Davi – As vitórias e as derrotas de um homem de Deus
Páginas: 19 - 26

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