segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A PARABOLA DO MORDOMO INFIEL


Texto Áureo: Lucas 16.10
Verdade Prática: Os servos de Deus, nos dias em que vivemos, devem ser fiéis e prudentes, para não dissiparem os bens do Senhor.
Época do evento: 29 d.C.
Local: A Caminho de Jerusalém
Leitura Bíblica: Lucas 16.1-12

Lição 11

INTRODUÇÃO

A expressão: “E dizia também aos seus discípulos”, dá-nos a entender que Jesus não proferiu esta grande lição somente aos apóstolos, mas, sim a outras pessoas as quais o cercavam. Quem eram elas? Ao que tudo indica, tratava-se dos publicanos, fariseus e escribas, estes últimos, líderes religiosos de sua época (Lc 15.1; 16.14). A parábola ora em estudo é de difícl compreensão. Há entre os comentaristas, diversas interpretações.

I.                   A INFIDELIDADE É DESCOBERTA

1.      O mordomo dissipou os bens do seu senhor (Lc 16.1b): A missão do mordomo é, naturalmente, fazer com que a riqueza do seu senhor se multiplique. O da parábola, no entanto, foi acusado perante o seu patrão de “dissipar os seus bens”, ou seja, de gastar fraudulentamente o que lhe fora confiado.
2.      O mau procedimento foi descoberto (Lc 16. 2): Alguém constatou a prática desonesta do mau mordomo e a denunciou ao patrão, que o chamou a sua presença e disse: “Que é isso que ouço de ti?”
A Palavra de Deus diz que “... nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto, que não haja de saber-se” (Mt 10.26).

II.                CHAMADO A PRESTAR CONTAS

O senhor do modormo ordenou-lhe que prestasse conta de sua mordomia. Neste ponto do estudo, devemos refletir sobre um acerto de contas, previsto na Palavra de Deus. Os ímpios, pçor permissão de Deus, têm recursos e poderes a seu dispor (Rm 13.1-4). Muitos, no entanbto, dissipam os bens de Deus. Maior responsabilidade, porém, recai sobre quem lhe é confiado os dons espirituais, na Igreja, para repartir com os seus servos. A uns, serão dados galardões (Apo 22.12). A outros, porém, reprovação e condenação (1 Co 3.13,15).
Todos os crentes serão chamados à prestação de conta (2 Co 5.10). Contudo, sobre os líderes, os mordomos ou despenseiros da Obra, recairá maior exigência: “E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou muito mais se lhe pedirá” (Lc 12.48b).

III.             O PERFIL DO MORDOMO INFIEL

1.      Pessoa de confiança do patrão: Até ser descoberto o seu mau proceder, era uma espécie de capataz, de despenseiro ou administrador dos bens do seu senhor; provavelmente, era idoso ou, se jovem, não tinha condições de trabalhar “no pesado”, pois, ao saber que ia ser despedido, disse: “Cavar, não posso”.
2.      Tinha vergonha de mendigar: Ao pensar na dispensa do emprego, disse: “de mendigar, tenho vergonha”. Aqui, vemos uam faceta interessante do personagem. Ele sentia vergonha de pedir esmolas, mas não tinha o acanhamento de ser desonesto com os bens do seu senhor! Na verdade, era um hipócrita, como os fariseus (Mt 23.27,28)!
3.      Era inteligente(Lc 16.4): Após refletir sobre sua crítica situação, não se desesperou; raciocinou rápido e disse: “Eu sei o que hei de fazer...”. Tinha inteligência e prudência.

IV.             A PRUDÊNCIA DO INFIEL

Este é o ponto central da parábola. Seu protagonista era um homem injusto, infiel, desonesto, mas, ao mesmo tempo inteligente e prudente. Alguém perguntará: “Por que o Senhor Jesus se valeu de um tipo tão negativo, para ensinar aos líderes religiosos, à multidão e aos seus discípulos?” Vejamos o que percebemos nos contrastes da lição, ainda que de maneira limitada.
1.      A prudência em ação (Lc 16.5-7):O mordomo infiel não perdeu tempo. Entrou logo em: “Chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tuaobrigação, e, assentando-te já, escreve cinquenta” (Lc 16.5,6). Não pensemos que era um arranjo qualquer. O homem devia o equivalente a 3300 (três mil e trezentos) litros de azeite ao proprietário da terra. O mordomo, que controlava as contas, fez com que ele fraudasse a dívida, e registrasse apenas 50% da obrigação.
Depois, chamou outro devedor e disse: “E tu, quanto deves? E ele respondeu: cem alqueires de trigo?”. O mordomo afirmou: “Toma a tua obrigação, e escreve oitenta” (Lc 16.7). Com isso, o devedor pagaria apenas oitenta por cento do débito, correspondenete a 36000 (trinta e seis mil) quilos de trigo. Imaginemos o quanto aqueles devedores ficaram satisfeitos e agradecidos ao mordomo infiel, ao contemplarem sua dívida diminuída.
Entretanto, a alegria dos devedores durou pouco. Da parábola, deduz-se que a esperteza do mordomo infiel não foi levada adiante, e nem os devedores tiveram seus débitos reduzidos. Tudo foi descoberto, veio à luz. Imaginemos, diante de Deus, no dia da prestação de contas, no Juízo Final!

V.                A PRUDÊNCIA LOUVADA

“E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente...” (Lc 16.8a). Aquele mordomo infiel, ao longo de seus anos de trabalho, soube fazer amigos. É uma lição para os servos de Deus. Foi tal a sua atitude, mesmo fraudulenta, que o seu senhor o louvou, “por haver procedido prudentemente”. A Bíblia também louva a prudência.
Devemos crescer em prudência (Pv 1.5; 9.9); ter prudência é possuir conhecimento do Santo (Pv 9.10); é mais excelente adquirir prudÊncia do que a prata (Pv 16.16); o sábio é chamado prudente (Pv 16.21); o prudente, segundo a vontade de Deus, não procede como o mordomo da parábola, mas vê o mal e foge (Pv 22.3).
O mordomo infiel foi louvado mas perdeu a posição. É a honra que não vale a pena. Deus nos ajude, e não venhamos a ser elogiados, aplaudidos por alguém, a fim de não perdermos a nossa posição de mordomos do reinop de Deus (Ap 2.4,5)!

VI.             A ANÁLISE DE JESUS

1.      Os filhos do mundo são mais prudentes que os filhos da luz (Lc 16.8b): Tiramos algumas conclusões desta afirmação:
a)      Os filhos do mundo ganham muito, em pouco tempo, para a sua própria perdição: A cada dia, vemos o quanto os incrédulos se esforçam para levar outros ao mal, aos vícios, às drogas, à prostituição. SE levarmos em conta os adeptos das falsas seitas, como eles trabalham! E nós? A Década da Colheita continua “marcando passo”, e indica que a Assembléia de Deus cresce apenas  5 a 6% ao ano,, na quase metade do tempo de lanaçamento o programa. O Senhor Jesus tem razão. Além de os obreiros serem poucos, ainda falta prudência em muitops, para que a obra cresça.
b)     Os filhos do mundo usam todos os meios para ganharem os outros: Nós, os servos de Deus, muitas vezes, não utizamos os meios eficazes, a fim de ganharmos as almas para o Reino de Deus. Há tantos tipos, métodos e meios para a evangelização, e muitas igrejas ficam apenas nas quatro paredes do templo, à espera dos pecadores. Mas Jesus mandou que levássemos a mensagem a toda a criatura (Mc 16.15). paulo disse: “Fiz-me tudo para com todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns” (1 Co 9.22b). Evidentemente, o apóstolo se refere ao uso de meios lícitos na evangelização.
2.      A aparente aprovação de Jesus: Alguém perguntará: “Jesus aprovou a desonestidade?” No texto de Lc 16.9, Ele diz: “Granjeai amigos com as riquezas da injustiça, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternbos”.  Que estranho conselho! E a quem foi dado? Acreditamos que Cristo, naquele momento, olhava para os fariseus, os publicanos e os escribas (Lc 15.1,2; 1614), acostumados à utilização ds riquezas injustas, resultante de negócios fraudulentos, da extorsão e do roubo. Lembremos o caso de Zaqueu, o qual, após conhecer Jesus, decidiu devolver quantro vezes mais o que roubara (Lc 19.8). Dessa maneira, era possível fazer muitos amigos e, nas fases difíceis da vida, obter o apoio deles. A lição espiritual, a nosso ver, refere-se ao fato de lguiém, um dia, chegar à eternidade e eoncontrar-se com os antigos amigos da “riqueza da injustiça”. Jamais interpretaríamos que, através dos negócios escusos, conseguiremos amigos que nos recebam no Céu. Os “tabernáculos eternos” são os céus, para os salvos e o inferno, para os ímpios, os perdidos.

VII.          JESUS EXALTA A PRÁTICA DA JUSTIÇA

Após ressaltar a prudência do mordomo infiel (sem aprovar sua desonestidade), Jesus aconselha em outra direção:
1.      Fiel no mínimo (Lc 16.10a): O Senhor asseverou que o ser fiel nas mínimas coisas pode emerecer a confiança de muito mais. Na verdade, se alguém é honesto, deve sê-lo em tudo. Neste particular, não existe meio termo: Ou é ou não é.
2.      Injusto no mínimo (Lc 16.10b): De igual modo, Jesus disse que o injusto no mínimo, o é também no muito. Os afamados ladrões começam com pequenos furtos; os grandes criminosos iniciam com pequenos delitos. Na igreja, oscrentes infiéis começam pelas pequenas coisas. Um “pecadinho” aqui, outro ali e, por fim, o desvio total.
3.      Não se pode servir a dois senhores (Lc 16.13): Esta sentença de Jesus já se tornou proverbial em todo o mundo: “Não podeis servir a Deus e a Mamon”. O Senhor queria, certamente, dizer que não se pode ser fiel a Deus, e angariar riquezas injustas, ao mesmo tempo.
Vemos que Jesus exalta a prudência, condena a desonestidade e a infidelidade, o que pode ser comprovado em Lc 16.15, quando Ele afirma: “o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação”.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/ 1994
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Tema Central: Parábolas de Jesus – Ensinos que Edificam
Páginas: 50 - 54

Nenhum comentário:

Postar um comentário