terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A MUSICA ATRAVES DA BIBLIA


Acreditando que a Bíblia é a própria Palavra de Deus e, portanto, o único guia de fé e de vida prática com Deus, a nossa igreja através de lideranças passadas e recentes, seguindo os ensinos bíblicos, estabeleceu ministérios específicos que nos disciplinam e trazem crescimento como Igreja do Senhor, denunciando assim o nosso bom testemunho cristão.
Baseados em Mt 4.23; 10.7 e Mc 6.12, podemos falar de ministério da Palavra ou do ministério de evangelização. Fundamentados em Mt 28.19,20, podemos falar do ministério do ensino. Sem dúvida temos outros ministérios que desenvolvemos com maior ou menor relevância, de pendendo do exercício e da prática das necessidades de cada um. Porém, uma importância abrangente e urgente se faz necessária dar ao ministério da música.
Dos 66 livros, da Bíblia, 44 apresentam referências à música. São referências altamente pertinentes e admoestastes, trazendo plena e claramente a intenção de Deus para que esse ministério não seja menos importante que os outros, e mais ainda, para que não seja desprezado.
Há 575 referências bíblicas relativas à música instrumental ou cantada. Salomão escreveu 1005 cânticos. Moisés, Davi e Asafe, muitos outros. E a Bíblia sempre mostra a música como uma poderosa ferramenta para o povo de Deus em diferentes circunstâncias. Se não, vejamos.

I.                   ANTIGO TESTAMENTO

1)      Êxodo 15.1-19: Cântico de Vitória sobre os exércitos de Faraó na travessia do Mar Vermelho.
2)      Êxodo 15.20,21: Miriã e outras mulheres louvaram a Deus pela vitória alcançada.
3)      Deuteronômio 31.19,21,22 e 39: Deus ordena a Moisés que escreva um cântico (Dt 32) para a memória do povo, para alertar dos perigos e mostrar a perfeição, o poder e a onipresença de Deus. Nos versículos 40 a 50, Moisés morre provendo da parte de Deus um cântico de segurança ao seu povo.
É interessante notar Deus se utilizando do canto na história primitiva do judaísmo, com o objetivo de orientar e exortar, enfim, se comunicar com seu povo naquilo que era de suma importância. Deus, o Criador da música, a utilizou para memorização de seu ensino. A música tem poder para fixar na mente humana uma mensagem.
Há mensagens (pregações) maravilhosas que, infelizmente, são esquecidas com o tempo, todavia as que têm a música como pavimento dificilmente saem de nossa mente. Lembremo-nos dos hinos de nossa Harpa Cristã (Ex.: nº 15, nº 291, etc).
4)      1 Crônica 15.16: Davi para levar a arca do concerto para o Tabernáculo, se utilizou da música instrumental e vocal. Todo o seu aparato e mobilização demonstram a grande importância que esse homem segundo o coração de Deus e o povo israelita davam à música de adoração (1 Cr 25.28).
5)      1 Crônica 16.7: Davi preparou um salmo para louvarem ao Senhor.
6)      2 Crônicas 5.5-9: Que acontecimento estupendo na vida de Israel, quando por ocasião da dedicação do templo construído por Salomão! Seu pai, Davi, tudo preparara antes de morrer em paz. O relato de 2 Cr 5.12-14 trás o resultado de um trabalho musical exuberante, disciplinado e repleto da Glória de Deus. Eles cantavam Sl 136.1: “O Senhor é bom e a sua benignidade dura para sempre”.
Ainda há outras evidências da música na vida dos israelitas, como em Lc 15.25-32 (festividade social, volta do filho pródigo), 1 Rs 1.39 (acontecimento público, a unção de Salomão), Ex 15.1-21  e 1 Sm 18.6 (celebrações de vitórias), Is 54.1 (cantar com alegria libera poder divino para romper a esterilidade) e 1 Sm 2.1-10 (cantar com alegria, não para “liberar poder”, mas porque o poder fora liberado).

II.                A MÚSICA NOS SALMOS

É impressionante verificarmos que o maior livro da Bíblia, e que se encontra no centro de sua compilação, se trata de um hinário cujo tema é comunhão com Deus em oração e louvor. Seus autores são: Davi (73 salmos), “o suave” em salmos de Israel (2 Sm 23.1); Asafe (12 salmos, entre eles 50, 73 e 83), diretor de música e maestro; os filhos de Corá (11 salmos, dentre eles 42, 49, 84, 85, 87 e 88), uma família de louvadores; Salomão (Salmos 72 e 127), aquele que pediu com sabedoria; Moisés (Salmo 90), biótipo de Jesus e Etã ( Salmo 89), Jedutun, o maestro preparador. Os outros poucos mais de 50 salmos são de autores desconhecidos, os chamados “Salmos órfãos”.
O título “Salmos” se origina quando ocorre a tradução do Antigo Testamento hebreu para o grego em 200 a.C. (Septuaginta), Nessa versão, seu título é “Psalmós”, que significa “cânticos entoados com acompanhamento de instrumentos de cordas”. É bom ressaltar que, no hebraico, Salmos é “Tehillim”, que significa “louvores”.
os cânticos nos salmos são de aleluias e louvores (Sl 8, 34, 103, 115, 145 e 150), de ação de graças (Sl 18, 34, 10, 126 e 138), da história do povo hebreu (Sl 78, 105, 108, 126 e 137), litúrgicos (Sl 15, 24, 45 e 68) e de romagens (Sl 43, 46, 48, 76 84, 120 – 134).

III.             NOVO TESTAMENTO

Ele, o Esperado, o Desejado, o Messias que veio ao mundo, Jesus, se tornou o divisor de águas. Antes dEle, o Antigo Testamento, a Lei, os ritos. Após Ele, a graça, a remissão, a cura, o fim das dores, o Novo Testamento.
No Antigo testamento, vemos surgir a música na sétima geração, com Jubal (Gn 4.21). No Novo Testamento, já em sua inauguração, como nascimento de Jesus, vemos a música celestial através dos anjos cantando (Lc 2.13,14).
Ao ser apresentado o recém-nascido a Simeão, este profere um cântico de louvor a Deus. O Cântico de Simeão (“Nunc Dimittis”) está em Lc 2.29-32. Nos Evangelhos, vemos o neném Jesus sendo embalado pela música. Já antes de nascer, no ventre de Maria, ele é acalentado pelo “Cântico de Maria” (Lc 1.46-55 – “Magnificar”). João Batista nasce um pouco antes e Zacarias, seu pai, exulta com seu “Cântico de Zacarias” (Lc 1.68-79 – “Benedictus”).
Na noite anterior à sua morte, concluindo a Última Ceia com seus discípulos, Jesus cantou (Mc 14.26) o hino tradicional judeu, o “Hallel”, composto em partes dos Salmos 115 e 118, que eram cantados em finais de refeições de Páscoa. Paulo e Silas, açoitados e presos, cantaram e oraram. Suas vidas eram consagradas, convertidas, gozavam de plena comunhão com o Senhor. Houve, com isso, livramento, salvação, e o Evangelho foi pregado em várias nações, chegando até nós. Que canto poderoso!
O apóstolo João, na Ilha de Patmos (Ap 14.2,3), ouviu e descreveu uma música jamais ouvida por qualquer ser humano em qualquer época: “Era como a voz de um grande trovão, como a voz de muitas águas, como a voz de harpistas”. Era extremamente magnificente!

IV.              MÚSICA E LITURGIA

A Bíblia não cronometra as partes de uma liturgia, nem apresenta graus de importância a uma seção ou a outra (oração, oferta, música, pregação). Em 1 Co 14.26, Paulo nos ensina a plenitude da liturgia pentecostal: “Quando vos ajuntais, cada um de vos tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem interpretação. Faça-se tudo para a edificação”. Não devemos pesar uma parte em detrimento da outra. Todas são importantes. Porém, o louvor no início dos cultos traz os seguintes benefícios: desperta a adoração a Deus, prepara os corações, edifica quem canta ou toca, edifica quem ouve e convida Deus a se entronizar ali. “Entrai pelas portas com louvor e em seus átrios com hinos”, Sl 100.4.
O perfil de um músico adorador inclui ser convertido (Am 5.21-23); saber música, tocar e cantar bem (1 Sm 16.17,18); louvar com alegria (Sl 33.3; 47.1; Tg 5.3), com o coração (Ef 5.19) e com graça (Cl 3.16). O músico cristão deve ainda ter senso crítico à luz da Bíblia e atentar para quem louva (É convertido?), como louva (Com técnica e espiritualidade?) e para quem louva (É objetivando Deus?).

FONTE: Jornal Mensageiro da Paz
AUTOR: Pr. Nilton Didini Coelho (Formado em Teologia, Engenharia Civil e Música. É maestro da AD na Lapa, São Paulo (SP), professor e autor do livro Manual do Líder de Louvor [CPAD]).
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