Acreditando
que a Bíblia é a própria Palavra de Deus e, portanto, o único guia de fé e de
vida prática com Deus, a nossa igreja através de lideranças passadas e
recentes, seguindo os ensinos bíblicos, estabeleceu ministérios específicos que
nos disciplinam e trazem crescimento como Igreja do Senhor, denunciando assim o
nosso bom testemunho cristão.
Baseados em Mt
4.23; 10.7 e Mc 6.12, podemos falar de ministério da Palavra ou do ministério
de evangelização. Fundamentados em Mt 28.19,20, podemos falar do ministério do
ensino. Sem dúvida temos outros ministérios que desenvolvemos com maior ou
menor relevância, de pendendo do exercício e da prática das necessidades de
cada um. Porém, uma importância abrangente e urgente se faz necessária dar ao
ministério da música.
Dos 66 livros,
da Bíblia, 44 apresentam referências à música. São referências altamente
pertinentes e admoestastes, trazendo plena e claramente a intenção de Deus para
que esse ministério não seja menos importante que os outros, e mais ainda, para
que não seja desprezado.
Há 575
referências bíblicas relativas à música instrumental ou cantada. Salomão
escreveu 1005 cânticos. Moisés, Davi e Asafe, muitos outros. E a Bíblia sempre
mostra a música como uma poderosa ferramenta para o povo de Deus em diferentes
circunstâncias. Se não, vejamos.
I.
ANTIGO
TESTAMENTO
1) Êxodo 15.1-19: Cântico de
Vitória sobre os exércitos de Faraó na travessia do Mar Vermelho.
2) Êxodo 15.20,21: Miriã e outras
mulheres louvaram a Deus pela vitória alcançada.
3) Deuteronômio 31.19,21,22 e 39:
Deus ordena a Moisés que escreva um cântico (Dt 32) para a memória do povo,
para alertar dos perigos e mostrar a perfeição, o poder e a onipresença de
Deus. Nos versículos 40 a
50, Moisés morre provendo da parte de Deus um cântico de segurança ao seu povo.
É interessante
notar Deus se utilizando do canto na história primitiva do judaísmo, com o
objetivo de orientar e exortar, enfim, se comunicar com seu povo naquilo que
era de suma importância. Deus, o Criador da música, a utilizou para memorização
de seu ensino. A música tem poder para fixar na mente humana uma mensagem.
Há mensagens
(pregações) maravilhosas que, infelizmente, são esquecidas com o tempo, todavia
as que têm a música como pavimento dificilmente saem de nossa mente.
Lembremo-nos dos hinos de nossa Harpa Cristã (Ex.: nº 15, nº 291, etc).
4) 1 Crônica 15.16: Davi para levar
a arca do concerto para o Tabernáculo, se utilizou da música instrumental e
vocal. Todo o seu aparato e mobilização demonstram a grande importância que
esse homem segundo o coração de Deus e o povo israelita davam à música de
adoração (1 Cr 25.28).
5) 1 Crônica 16.7: Davi preparou um
salmo para louvarem ao Senhor.
6) 2 Crônicas 5.5-9: Que
acontecimento estupendo na vida de Israel, quando por ocasião da dedicação do
templo construído por Salomão! Seu pai, Davi, tudo preparara antes de morrer em paz. O relato de 2 Cr
5.12-14 trás o resultado de um trabalho musical exuberante, disciplinado e
repleto da Glória de Deus. Eles cantavam Sl 136.1: “O Senhor é bom e a sua
benignidade dura para sempre”.
Ainda há
outras evidências da música na vida dos israelitas, como em Lc 15.25-32
(festividade social, volta do filho pródigo), 1 Rs 1.39 (acontecimento público,
a unção de Salomão), Ex 15.1-21 e 1 Sm
18.6 (celebrações de vitórias), Is 54.1 (cantar com alegria libera poder divino
para romper a esterilidade) e 1 Sm 2.1-10 (cantar com alegria, não para
“liberar poder”, mas porque o poder fora liberado).
II.
A MÚSICA NOS
SALMOS
É
impressionante verificarmos que o maior livro da Bíblia, e que se encontra no
centro de sua compilação, se trata de um hinário cujo tema é comunhão com Deus
em oração e louvor. Seus autores são: Davi (73 salmos), “o suave” em salmos de
Israel (2 Sm 23.1); Asafe (12 salmos, entre eles 50, 73 e 83), diretor de
música e maestro; os filhos de Corá (11 salmos, dentre eles 42, 49, 84, 85, 87
e 88), uma família de louvadores; Salomão (Salmos 72 e 127), aquele que pediu
com sabedoria; Moisés (Salmo 90), biótipo de Jesus e Etã ( Salmo 89), Jedutun,
o maestro preparador. Os outros poucos mais de 50 salmos são de autores
desconhecidos, os chamados “Salmos órfãos”.
O título
“Salmos” se origina quando ocorre a tradução do Antigo Testamento hebreu para o
grego em 200 a.C.
(Septuaginta), Nessa versão, seu título é “Psalmós”, que significa “cânticos
entoados com acompanhamento de instrumentos de cordas”. É bom ressaltar que, no
hebraico, Salmos é “Tehillim”, que significa “louvores”.
os cânticos nos salmos são de aleluias e louvores (Sl 8, 34, 103, 115, 145 e 150), de ação de graças (Sl 18, 34, 10, 126 e 138), da história do povo hebreu (Sl 78, 105, 108, 126 e 137), litúrgicos (Sl 15, 24, 45 e 68) e de romagens (Sl 43, 46, 48, 76 84, 120 – 134).
os cânticos nos salmos são de aleluias e louvores (Sl 8, 34, 103, 115, 145 e 150), de ação de graças (Sl 18, 34, 10, 126 e 138), da história do povo hebreu (Sl 78, 105, 108, 126 e 137), litúrgicos (Sl 15, 24, 45 e 68) e de romagens (Sl 43, 46, 48, 76 84, 120 – 134).
III.
NOVO
TESTAMENTO
Ele, o
Esperado, o Desejado, o Messias que veio ao mundo, Jesus, se tornou o divisor
de águas. Antes dEle, o Antigo Testamento, a Lei, os ritos. Após Ele, a graça,
a remissão, a cura, o fim das dores, o Novo Testamento.
No Antigo
testamento, vemos surgir a música na sétima geração, com Jubal (Gn 4.21). No
Novo Testamento, já em sua inauguração, como nascimento de Jesus, vemos a
música celestial através dos anjos cantando (Lc 2.13,14).
Ao ser
apresentado o recém-nascido a Simeão, este profere um cântico de louvor a Deus.
O Cântico de Simeão (“Nunc Dimittis”) está em Lc 2.29-32. Nos Evangelhos, vemos
o neném Jesus sendo embalado pela música. Já antes de nascer, no ventre de
Maria, ele é acalentado pelo “Cântico de Maria” (Lc 1.46-55 – “Magnificar”).
João Batista nasce um pouco antes e Zacarias, seu pai, exulta com seu “Cântico
de Zacarias” (Lc 1.68-79 – “Benedictus”).
Na noite
anterior à sua morte, concluindo a Última Ceia com seus discípulos, Jesus
cantou (Mc 14.26) o hino tradicional judeu, o “Hallel”, composto em partes dos
Salmos 115 e 118, que eram cantados em finais de refeições de Páscoa. Paulo e
Silas, açoitados e presos, cantaram e oraram. Suas vidas eram consagradas,
convertidas, gozavam de plena comunhão com o Senhor. Houve, com isso,
livramento, salvação, e o Evangelho foi pregado em várias nações, chegando até
nós. Que canto poderoso!
O apóstolo
João, na Ilha de Patmos (Ap 14.2,3), ouviu e descreveu uma música jamais ouvida
por qualquer ser humano em qualquer época: “Era como a voz de um grande trovão,
como a voz de muitas águas, como a voz de harpistas”. Era extremamente
magnificente!
IV.
MÚSICA E
LITURGIA
A Bíblia não
cronometra as partes de uma liturgia, nem apresenta graus de importância a uma
seção ou a outra (oração, oferta, música, pregação). Em 1 Co 14.26, Paulo nos
ensina a plenitude da liturgia pentecostal: “Quando vos ajuntais, cada um de
vos tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem interpretação. Faça-se tudo
para a edificação”. Não devemos pesar uma parte em detrimento da outra. Todas
são importantes. Porém, o louvor no início dos cultos traz os seguintes
benefícios: desperta a adoração a Deus, prepara os corações, edifica quem canta
ou toca, edifica quem ouve e convida Deus a se entronizar ali. “Entrai pelas
portas com louvor e em seus átrios com hinos”, Sl 100.4.
O perfil de um
músico adorador inclui ser convertido (Am 5.21-23); saber música, tocar e
cantar bem (1 Sm 16.17,18); louvar com alegria (Sl 33.3; 47.1; Tg 5.3), com o
coração (Ef 5.19) e com graça (Cl 3.16). O músico cristão deve ainda ter senso
crítico à luz da Bíblia e atentar para quem louva (É convertido?), como louva
(Com técnica e espiritualidade?) e para quem louva (É objetivando Deus?).
FONTE: Jornal Mensageiro da Paz
AUTOR: Pr. Nilton Didini Coelho (Formado em Teologia,
Engenharia Civil e Música. É maestro da AD na Lapa, São Paulo (SP), professor e
autor do livro Manual do Líder de Louvor [CPAD]).
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