quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

COMUNHAO A MISSA CONCILIADORA DA IGREJA

Texto Áureo: Atos 2.42
Verdade Prática: A comunhão entre os crentes, fruto do amor de Deus em nós, é uma das características mais singulares da Igreja de nosso Senhor Jesus.
Leitura Bíblica: Atos 2.42-46; Efésios 4.1-6.

Lição11

INTRODUÇÃO

A palavra comunhão é a chave para entendermos o rápido progresso da Igreja, formada por dois povos, judeus e gentios. A Igreja somente progrediu mediante a comunhão e unidade de seus membros. A Bíblia asseverara que de ambos os povos, Deus fez apenas um, constituindo o corpo místico de Cristo (Ef 2.14-17; 4.3-6; 1 Co 12.13).
 
I.                   SIGNIFICADO DE “COMUNHÃO” NO NOVO TESTAMENTO
 
  1. Definição: A palavra comunhão é a tradução de um dos termos mais enfáticos a respeito da unidade e fraternidade cristã: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão (koinonia)...” (At 2.42). O sentido desta palavra no Novo Testamento vai além de “associação de pessoas”, “agremiação” ou “companheirismo”. A comunicação que trata as Escrituras (At 2.42; Fp 2.1; 1 Jo 1.3), resulta da salvação que desfrutamos em Cristo (1 Co 1.9). É a “comunhão do e no Espírito santo” (2 Co 13.13; Fp 2.1); a “comunhão da fé” (Fm v 6), e a “com,unhão dos crentes uns com os outros e com Cristo” (1 Jo 1.3,6,7).
  2. As bases da comunhão da igreja: A Igreja não é um clube de amigos ou uma associação humana secular. Também não é uma empresa. Todavia, é o conjunto ou comunhão dos redimidos em cristo, que compartilham da “unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4.3). A Igreja é o corpo místico de Cristo, e, cada crente em particular, é membro desse corpo glorioso (1 Co 12.12,13). Por conseguinte, a comunhão no Espírito (fp 2.1) é vital à unidade e à paz da Igreja. Segundo Ef 4.3, a comunhão, unidade e paz na igreja, não são produtos dos esforços humanos, mas uma ministração do Espírito santo. Uma vez que o crente é templo e habitação do Espírito de Deus (Jô 14.16,17; Rm 8.14; 1 Co 3.16; 6.19), somos todos “um só corpo” (Ef 4.4), servindo e amando a “um só Senhor”, compartilhando de “uma só fé”, “um só batismo”, “uma só esperança”, “um só Deus e pai de todos (VV 5.+6). Guardemos, pois, a “unidade do Espírito pelo vínculo da paz”(v 3).

II.                CINCO EXPRESÕES DA COMUNHÃO EM CRISTO NA IGREJA
 
  1. Amor fraternal: Nas páginas do Novo Testamento, encontramos as expressões “amor fraternal” (Rm 12.10; 2 Pe 1.7) e “caridade fraternal” (1 Ts 4.9; Hb 13.1; 1 Pe 1.22). Trata-se literalmente do amor e afeição entre irmãos (1 Pe 3.8). No plano espiritual, isto significa muito mais do que “irmandade” ou “ concórdia entre irmãos”. Nos textos de Rm 121.10; 1 Pe 1.22; 3.8, o amor fraternal refere-se ao estado e atitude do cristão humilde e compassivo, que continuamente prefere dar honra aos outros em vez de recebê-la. Observe o que afirma Rm 12.10: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”. Ver também Fp 2.3,4. Portanto, amar o irmão na fé em Cristo é:
    • Honrá-lo acima e independente dos interesses pessoais;
    • Ser sincero, compassível, afável;
    • Ser entranhavelmente misericordioso com ele em seus sofrimentos e faltas ( 1 Pe 3.8,9);
    • Levar as cargas uns dos outros entre os irmãos (Gl 6.2).
  2. A unidade (Jo 17.21-23; Ef 4.5,6): Jesus, em sua oração intercessória, fez sua mais ardente petição ao pai: “Que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós” (Jo 17.21). A comunhão é includente e excludente. É includente, pois a comunhão do corpo de Cristo em um “só Espírito”, “um só Senhor”, “uma só fé”, “um só batismo” e “um só Deus”, é possível somente entre os que nasceram de novo (Jo 3.2-8). É excludente, porque todos os que não receberam a Cristo como seu Salvador pessoal, não, podem participar da comunhão (koinonia) da igreja. Os incrédulos não desfrutam dessa comunhão, porque a luz e as trevas, a justiça e a injustiça, o fiel e o infiel, não se associam? (2 Co 6.14-16).
  3. A Filantropia: O termo filantropia aparece no texto original de Tt 3.4 (ARA), referindo-se ao incomensurável amor de Deus pela humanidade: “A benignidade de Deus, nosso Salvador, para com todos”. A expressão “amor para com todos” é a tradução da palavra original filantropia. Por conseguinte, significa “benevolência, amor ao próximo”. De acordo com Tt 3.4, a filantropia bíblica é a manifestação do amor divino para com o homem, através do homem. Na igreja do Novo Testamento, os cristãos reuniam-se a fim de participarem de uma festividade filantrópica denominada “ágape”. Era o “partir de pão” em cada casa de forma a quebrar toda e qualquer diferença social ou étnica. Também os cristãos vendiam suas propriedades e colocavam o dinheiro arrecadado aos pés dos apóstolos, para ser dividido entre os necessitados (At 2.45). O amor divino os impulsionavam à pratica de boas obras (Ef 2.8-10).
  4. A Comunidade: O texto de At 2.42 diz que “perseveravam na comunhão”. Os fiéis se reuniam fraternalmente e tinham uma causa comum. A igreja cristã era a comunidade dos remidos. Todos compartilhavam dos mesmos interesses. Ninguém se sentia excluído, pois as diferenças sociais e espirituais não eram superiores à fraternidade comunitária. Tal comunhão vinha do Espírito Santo que os enchia, como em At 4.31,32. Assim deve ser hoje numa comunidade cristã autentica, cheia do Espírito Santo e do seu fruto, como está patente em 1 Co 13.4-7; Gl 5.22,23 e Ef 4.9,10.
  5. O Amor (1 Co 13.1-8): Em 1 Co 13, a Bíblia destaca o amor divino como a virtude que deve reger na igreja o relacionamento das pessoas. É esse santo amor de que trata a presente lição, que promove a comunhão dos santos, conforme 1 Co 13.4; Fp 2.1b. Esse amor faz-nos acolher e aceitar o próximo como irmão.

III.             A COMUNHÃO ATRAVÉS DOS DONS ESPIRITUAIS
 
  1. A comunhão dos santos requer decoro e ordem no culto cristão (1 Co 14.26-40): Esse texto ensina que não basta haver a plenitude do Espírito nos membros da igreja, bem como o exercício dos dons espirituais na vida cotidiana da congregação. É também necessário que os dons sejam exercidos com ordem e decoro para que não haja confusão, desordem e escândalo. A espiritualidade que se manifesta sem a doutrina, como ensina a Bíblia, produz divisão, dispersão, evasão e afastamento, ao invés de fraternidade, unidade e comunhão.
  2. Os dons espirituais e seu efeito na comunhão (1 Co 14.3): Os dons são recursos poderosos do Espírito santo para a Igreja, inclusive para sua exortação e edificação. Por isso devemos buscá-los com zelo e redobrado amor, a fim de que todo o povo de Deus seja edificado na sã doutrina.

CONCLUSÃO
 
A comunhão espiritual e fraterna de que participamos na santa ceia do Senhor (1 co 10.16; 11.33) ilustra o tipo de relacionamento fraternal e espiritual que deve sempre haver entre os filhos de Deus: comunhão com Deus e uns com os outros.
 
 
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/2007
Comentarista: Elienai Cabral
Consultor Doutrinário e Teológico: Antonio Gilberto
Tema Central: A Igreja e a sua Missão
Páginas: 51 - 55

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