Texto Áureo: 2 Timóteo 2.15
Verdade Prática: O crente consciencioso
é aquele que ama o estudo da Palavra, procurando interpretá-la e aplica-la
corretamente à sua vida.
Leitura Bíblica: Josué
1.5-9; Atos 17.10-12
Lição 3
INTRODUÇÃO
Desde
a queda do homem, Deus planejou realizar Sua vontade de recuperá-lo do seu
estado pecaminosos. Ele iniciou este plano revelando-se a Si mesmo por meios
capazes de lançar a percepção humana, isto é, pela revelação natural, a obra da
Criação; pela revelação escrita, a Bíblia; e pela revelação pessoal em Jesus
Cristo, Seu Filho, a Palavra Viva, o Verbo Divino Encarnado (Jo 1.1).
I.
A
IMPORTÂNCIA DA BÍBLIA
- A Bíblia é incomparável: Nenhuma obra literária pode ser comparada à Bíblia. Sua inspiração é superior a de qualquer outro tipo de literatura, porque é a Palavra de Deus. Os judeus antigos tinham o cuidado de manter os documentos originais escritos em papiros e pergaminhos e, por isso, copiavam os manuscritos originais das Escrituras Sagradas com o maior cuidado. Quando se deparavam com o nome de Deus, os copistas paravam, limpavam as penas de escrever, e depois tornavam a molhá-las no tinteiro e, reverentemente, escreviam o nome de Deus. Tal era a importância que davam às Escrituras, pois sabiam que era o livro de Deus para o homem.
- A Bíblia é uma coleção de 66 livros: A reunião de todos os livros da Bíblia foi feita segundo um critério de cuidadosa escolha que identificasse os livros realmente inspirados e os não inspirados. Esse critério de seleção obedecia a certos princípios, e com a orientação do Espírito Santo, chegou-se ao número de 66 livros, os quais foram reconhecidos como inspirados e autênticos.
- A Bíblia apresenta a origem do homem e o propósito de sua existência: São muitas as teorias cientificas e filosóficas acerca da origem do homem e a natureza do seu destino, mas somente a Bíblia dá a explicação satisfatória.
II.
POR QUE
DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA?
- Porque a Bíblia revela o Deus vivo e verdadeiro: Para estudarmos acerca de Deus, consideremos o vocábulo que melhor abrange esse estudo: teologia. Essa palavra tem sido rechaçada ignorantemente por alguns de nós como se ela ofendesse a Deus. Entretanto, a palavra teologia vem de duas palavras gregas: THEOS – Deus e, LOGIA, que significa estudo, tratado. Portanto, Teologia é estudo acerca de Deus. Não há nenhum outro livro que, como a Bíblia, ensine acerca de Deus. Só a Bíblia fala de Deus de modo direto e singular, pois ela é a Palavra do próprio Deus (Jo 17.3). Embora Ele tenha se revelado a Si mesmo de várias maneiras. A Bíblia é a revelação mais autêntica e detalhada de Deus. Ela não se preocupa em provar a existência de Deus. Revela-o, porque Ele quis se fazer conhecido como o Criador e Sustentador de todas as coisas. Ele é o Deus vivo, Único e verdadeiro, que é Espírito e Verdade (Dn 4.34; 6.26; At 14.15; 1 Ts 1.9; Hb 9.14; 10.31; Jo 4.24).
- Porque a Bíblia é o Guia para a salvação dos pecadores: Consideremos que a Bíblia é a revelação escrita que Deus faz de Si mesmo ao homem, revelando-lhe o caminho da salvação em Jesus Cristo. De modo claro, a Bíblia propicia ao homem como escapar das consequências do pecado, e oferece condições para evitar a prática do mesmo (Rm 3.23; 5.1,8-11; 6.22,23).
- Porque a Bíblia é meio santificador do crente (Hb 12.14): Santificador significador separar, e a Bíblia apresenta o caminho para a santificação através da remissão dos pecados, pelo Sangue de Jesus (Hb 9.7,8,11-15; 10.14). Uma vez que o pecador tenha ficado liberto da condenação do pecado e das suas consequências, também, precisa estar apto para viver uma vida santa, isto é, separada d prática do pecado. A santificação tem sua eficácia pelo sangue de Jesus, pela ação permanente do Espírito Santo e pela Palavra de Deus. Uma vida santificada torna-se vibrante e corajosa apta para vencer as tentações e evitar a prática do pecado. O estudo da Bíblia nos ensina não só como podemos ser salvos da condenação do pecado, mas também, como vencer o poder do pecado ao nosso redor. Só a Bíblia indica o caminho para uma vida irrepreensível e consagrada a Deus (1 Ts 3.13; Ef 1.4; Fp 2.15; Rm 12.1,2; 1 Ts 4.3-7).
III.
COMO ESTUDAR A
BÍBLIA
Estabelecern
método não é muito fácil, pois, existem muito, e todos oferecem os mais
variados sistemas de estudos que podem ser praticados pelos estudiosos da
Bíblia. Vejamos dois procedimentos que podem ser adotados: o devocional e o
intelectual.
- O procedimento devocional: Refere-se ao modo de estudar a Bíblia com atitude devocional e contemplativa. É um procedimento em que o estudante procura através da leitura e meditação aplicar o conteúdo do texto lido à sua própria vida. A atitude devocional no estudo da Bíblia deve levar em conta alguns procedimentos. Siga os passos abaixo:
- Leia a Bíblia, escolhendo um texto em especial, um livro, ou parte de um texto. Procure memorizar alguma verdade especial que lhe chamou a atenção. Faça aplicação pessoal da verdade bíblica (Dt 17.19).
- Desenvolva o ato da meditação na Palavra de Deus (Js 1.8). Planeje o seu dia, sistematicamente, separando um horário no qual possa meditar e estudar a Palavra. Procure cumprir esse projeto e manter o bom hábito com oração e comunhão com o Senhor (Ec 5.4,35). Escolha o texto bíblico mais apropriado a sua necessidade específica, um texto que bem a sua alma.
- Leia a Bíblia como a Palavra de Deus. Não confunda a Bíblia com qualquer obra literária. Não haverá proveito espiritual em uma leitura feita apenas com o intelecto. É preciso uma atitude devocional (Hb 4.12; Pv 30.5; Sl 119.11; Jo 6.68; 17.17).
- O procedimento intelectual: Esse procedimento tem a ver com o estudo sistemático das Escrituras, procurando entender o sentido das palavras, dos assuntos, dos aspectos históricos e geográficos, do literalismo e simbologia na Bíblia. Há uma errônea tendência “espiritual” que condena o estudo mais aprofundado da Bíblia, pois os seus adeptos ensinam que o intelecto pode prejudicar a espiritualidade. É completamente errada essa tendência, pois ela só contribui para a ignorância da Palavra de Deus como um todo.
Walter
A. Henrichsen, em seu livro sobre “Princípios de Interpretação da Bíblia”, nas
páginas 8 e 9 apresenta um quadro de quatro partes básicas para o estudo
correto da Bíblia, a saber:
Observação,
que responde à pergunta: Que vejo? “Aqui o estudante da Bíblia aborda o texto
como um detetive. Nenhum pormenor é sem importância; nenhuma pedra fica sem ser
virada. Cada observação é cuidadosamente arrolada para consideração e
comparações posteriores”.
- Interpretação, que responde à pergunta: Que significa? “Aqui o intérprete bombardeia o texto com perguntas como: Que significam estes pormenores para as pessoas às quais foram dados? Por que o texto diz isto? Qual a principal ideia que ele está procurando comunicar?”
- Correlação, que responde À pergunta: “Como isto se relaciona com o restante daquilo que a Bíblia diz?” O estudante da Bíblia deve fazer mais do que examinar somente passagens individuais. Deve coordenar o seu estudo com tudo mais que a Bíblia diz sobre o assunto. A precisa compreensão da Bíblia sobre qualquer assunto leva em conta tudo que a Bíblia diz sobre tal assunto.
- Aplicação, que responde à pergunta: “Que significa para mim? Esta é a metade dos outros três passos. Um especialista nessa área se expressou ‘observação e interpretação sem aplicação é aborto’. A Bíblia é Deus falando. Sua Palavra exige resposta. Essa resposta tem de ser nada menos do que a obediência à vontade de Deus revelada”.
IV.
ESTUDANDO E
INTERPRETANDO CORRETAMENTE A BÍBLIA
É
impossível estudar a Bíblia e interpretá-la corretamente sem algum método
orientador. Existem certas regras e métodos de hermenêutica que podem ajudar na
interpretação da Bíblia. É fato que o Espírito Santo nos ajuda na elucidação de
textos obscuros, mediante a oração, porém é indispensável a ajuda exterior de
bons livros escritos por homens de Deus. Eis, portanto, algumas regras que todo
crente deve saber para não pecar contra a Palavra de Deus, precipitando-se a
interpretá-la de qualquer modo:
A
Bíblia deve ser interpretada mediante o texto, contexto e textos paralelos.
Isto é, ao estudar um texto, não o interprete sem ver o seu contexto. O
contexto pode ser o que vem antes e depois do texto. Os textos paralelos são
aqueles textos em outras partes das Escrituras que podem ajudar a esclarecer o
texto que se quer interpretar.
- A Bíblia deve ser interpretada em conformidade com o propósito dela. Cada escritor teve, sob a inspiração do Espírito Santo, um propósito específico ao escrever. Ao interpretar qualquer texto, não esqueça que a Bíblia foi escrita para revelar a vontade soberana de Deus à humanidade.
- Nenhum texto bíblico pode ser interpretado isoladamente da Bíblia. Nunca se deve basear ou estabelecer doutrina em um versículo isolado do contexto doutrinário que está em toda a Bíblia. Cada doutrina só é aceitável à luz da própria Bíblia.
- A Bíblia deve ser interpretada, sabendo-se distinguir a linguagem literal da linguagem figurada existente nela.
- A Bíblia deve ser estudada e interpretada à luz do ensino geram contido em toda ela.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 2º/ 1991
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central: Conhecendo a Palavra de Deus.
Páginas: 09 - 12
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