Texto Áureo: Mateus 17.2,3
Verdade Prática: O aparecimento de
Moisés e Elias no Monte da Transfiguração é um testemunho de que a Lei e os
Profetas cumprem-se em Cristo, o Messias prometido.
Leitura Bíblica: Mateus
17.1-8
Lição 09
INTRODUÇÃO
O relato sobre a transfiguração, conforme narrado nos evangelhos sinóticos,
é um dos mais emblemáticos do Novo Testamento (Mt 17.1-13; Mc 9.2-8; Lc
9.28-36). Além do nome de Moisés, o texto coloca em evidência também o de
Elias, Entretanto, diferentemente dos outros textos até aqui estudados, o
profeta não aparece aqui como a figura central, mas secundária!
O centro é deslocado do profeta de Tisbe para o profeta de Nazaré, Jesus. E
não mais Elias. Moisés, Pedro, Tiago e João, também nominados nesse texto,
aparecem como figurantes numa cena onde Cristo, o Messias prometido, é a figura
principal.
I.
ELIAS, O
MESSIAS E A TRANSFIGURAÇÃO
1.
Transfiguração:
O texto sagrado relata que tão logo subiram ao Monte, Jesus foi transfigurado
diante de Pedro, João e Tiago. Diz o texto sagrado: “o seu rosto resplandeceu
como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz” (Mt 17.2).
A palavra transfigurar, que traduz o termo grego metamorfose, mantém o sentido
de mudança de aparência, ou forma, mas não mudança de essência. A
transfiguração mostrou aos discípulos aquilo que Jesus sempre fora: o verbo
divino encarnado (Jo 1.1; 17.1-5). Os discípulos observaram que o seu rosto
brilhou como o sol (Mt 17.2). O texto revela também que suas vestes
resplandeceram (Mt 17.2). Esses fatos põem em evidência a identidade do
Messias, o Filho de Deus.
2.
Glória
divina: Mateus detalha que durante a transfiguração “uma nuvem luminosa
os cobriu” (Mt 17.5). É relevante o fato de que Mateus, ao escrever o evangelho
aos hebreus, põe em evidência o fato de que Jesus é o Messias anunciado no
Antigo Testamento. Isso pode ser visto na manifestação da nuvem luminosa, que
está relacionada com a manifestação da presença de Deus (Ex 14.19,20; 24.15-17;
1 Rs 8.10,11; Ez 1.4; 10.4). Tanto Moisés como Elias, quando estiveram no
Sinai, presenciaram a manifestação dessa glória. Todavia, não como os
discípulos a vivenciarem no Monte da Transfiguração (Mt 17.1,2).
II.
ELIAS, O
MESSIAS E A RESTAURAÇÃO
1.
Tipologia:
No evento da transfiguração, o texto destaca os nomes de Moisés e Elias (Mt
17.32). Para a Igreja Cristã, Moisés prefigura a Lei enquanto Elias, os
profetas. É perceptível, nessa passagem, que Moisés aparece como figura
tipológica. Mateus põe em evidência o pronunciamento do próprio Deus:
“Escutai-o” (Mt 17.5). E Moisés havia dito exatamente estas palavras quando se
referia ao profeta que viria depois dele: “O Senhor, teu Deus, te despertará um
profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Dt 18.15). A
transfiguração revela que Moisés tem seu tipo revelado em Jesus de Nazaré e que
toda a Lei apontava para ele.
2.
Escatologia:
Enquanto Moisés ocupa um papel tipológico no evento da transfiguração, Elias
aparece em um contexto escatológico. O texto de Ml 4.5,6 apresenta Elias COI mo
o precursor do Messias. O Novo Testamento aplica a João Batista o cumprimento
dessa Escritura: “E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para
converter o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência dos justos,
com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto” (Lc 1.17). Assim como
Elias, João foi um profeta de confronto (Mt 3.7), ousado (Lc 3.1-14) e
rejeitado (Mt 11.18). A presença do batista, o Elias que havia de vir, era uma
clara demonstração da messianidade de Jesus.
III.
ELIAS, O
MESIAS E A REJEIÇÃO
1.
O Messias
esperado: Tanto os rabinos como o povo comum sabiam que antes do
advento do Messias, Elias haveria de aparecer (Ml 4.5,6; Mt 17.10). O relato de
Mateus sugere que os escribas não reconheceram a Jesus como o Messias, porque
faltava um sinal que para eles era determinante – o aparecimento de Elias antes
da manifestação do Messias (Mt 17.10).
Como Jesus poderia ser o Messias se Elias ainda não havia vindo? Jesus
revela então que nenhum evento no programa profético deixara de ter o seu
cumprimento. Elias já viera e os fatos demonstravam isso. Elias havia sido um
profeta do deserto, João também o foi; Elias pregou em um período de transição,
João prega na transição entre as duas alianças; Elias confrontou reis (1 Rs
17.1,2; 2 Rs 1.1-4). Mais uma vez fica claro: João era o Elias que havia de vir
e Jesus era o Messias.
2.
O Messias
rejeitado: O texto de Mt 17.1-8, que narra o episódio da
transfiguração, inicia-se com a sentença: “Seis dias depois” (Mt 17.1). O texto
coloca a transfiguração num contexto onde uma seqüência de fatos deve ser
observada. Os eruditos ressaltam que “seis dias” é uma outra forma de dizer:
“uma semana depois”. De fato, o texto paralelo de Lucas fala de “quase oito
dias”, isto é, uma semana depois (Lc 9.28). O texto, portanto, põe o evento no
contexto da confissão de Pedro (Mt 16.13-20) e no discurso de Jesus sobre a
necessidade de se tomar a cruz (Mt 16.24-28). O Messias revelado, portanto, em
nada se assemelhava ao herói da crença popular. Pelo contrário, a sua mensagem,
assim como a do Batista, não agradaria a muita gente e provocaria rejeição.
IV.
ELIAS, O
MESSIAS E A EXALTAÇÃO
1.
Humilhação:
Os interpretes destacam que havia uma preocupação dos discípulos sobre a
relação do aparecimento de Elias e a manifestação do Messias. Esse fato é
demonstrado na pergunta que eles fazem logo após descer o monte da
transfiguração (Mt 17.10). Como D. A. Carson observa, o fato é que a profecia
referente a Elias falava de “restaurar todas as coisas” (Mt 17.11) e os
discípulos não entendiam como o Messias tão esperado pudesse morrer em um
contexto de restauração. Cristo corrige esse equivoco, mostrando que a cruz faz
parte do plano divino para restaurar todas as coisas (Mt 17.12; Lc 9.31; Fp
2.1-11).
2.
Exaltação:
Muito tempo depois, o apóstolo Pedro ainda lembra dos fatos ocorridos e os cita
em relação à exaltação e glorificação de Jesus e, também, como prova da
veracidade da mensagem da cruz: “Porque não vos fizemos saber a virtude e a
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas,
mas nós mesmos vimos a sua majestade,
porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória
lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho
comprazido” (2 Pe 1.16,17).
CONCLUSÃO
Vimos, pois, que os eventos ocorridos durante a Transfiguração servem para
demonstrar que Jesus era de fato o Messias esperado. Tanto a Lei, tipificada
aqui em Moisés, como os Profetas, representado no texto pela figura de Elias,
apontavam para a revelação máxima de Deus – o Cristo Jesus. Essas personagens
tão importantes no contexto bíblico não possuem glória própria, mas irradiam a
glória proveniente do Filho de Deus. Ele, sim, é o centro das Escrituras, do
Universo e de todas as coisas (Cl 1.18,19; Hb 1.3; Fp 2.10,1).
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/ 2013
Comentarista: José Gonçalves
Tema Central: Elias e Eliseu – Um ministério de Poder para toda a
Igreja
Páginas: 61 - 67
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