sábado, 23 de fevereiro de 2013

JONAS - A MISERICORDIA DIVINA


Texto Áureo: Jonas 3.10

Verdade Prática: O relato de Jonas ensina-nos o quanto Deus ama e esta pronto a perdoar os que se arrependem

Leitura Bíblica: Jonas 1.1-3,15,17; 3.8-10

 

Lição 06

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

A história de Jonas, que fascina crianças e adultos, é mais conhecida por narrar a experiência do profeta no ventre do grande peixe. No entanto, esse acontecimento não deve ofuscar o milagre maior: a conversão de uma cidadã pagã. Os dois milagres foram mencionados pelo Senhor Jesus e continuam a impressionar ao longo da história.

 

I.                   O LIVRO DE JONAS

 

1.      Contexto histórico: salta aos olhos de qualquer leitor que Jonas é da época do império assírio, cuja capital era Nínive. O nome do rei ninivita impactado com a pregação de Jonas, segundo se diz é Adade-Nirari III, falecido em 783 a.C. Nessa época, Jeroboão II, filho de Joás, reinava em Samaria, sobre as dez tribos do Norte.

2.      Vida pessoal: Jonas se apresenta apenas como filho de Amitai (1.1). Ele é mencionado em outras narrativas bíblicas e, por essa razão, sabe-se que era profeta do reino do Norte, natural de Gate-Hefer, tendo vivido na época de Jeroboão II (2 Rs 14.23-25). Gate-Hefer localizava-se na terra de Zebulom (Js 19.13), nas proximidades de Nazaré da Galileia.

Jonas, que deveria ir para Nínive clamar contra esta cidade, desobedeceu à ordem divina, procurando fugir para Társis. É o único profeta bíblico, do qual se tem notícia, que tentou resistir ao Senhor. Ele seguiu em direção oposta. Társis, segundo Heródoto, é a mesma Tartessos, na orla ocidental do Mediterrâneo, a sudoeste da Espanha, ideia aceita pela maioria dos pesquisadores bíblicos. Será que Jonas não conhecia a onipresença de Deus? (Sl 139.7-10).

3.      Estrutura e mensagem: O livro contém 48 versículos distribuídos em quatro capítulos. Apesar de começar com estrutura profética (1.1), a mensagem é apresentada em estilo biográfico. Não deixa, contudo, de ser uma profecia da história de Israel, ao mesmo tempo em que anunciam o ministério, a ressurreição e a obera missionaria de Cristo (Mt 12.39-41; 16.4). O tema principal do livro é a infinita misericórdia de Deus e a sua soberania sobre todas as nações.

 

II.                O GRANDE PEIXE

 

1.      Baleia ou grande peixe? Na Bíblia Hebraica e na Septuaginta, o versículo 17 é deslocado para o capítulo seguinte (2.1). A língua hebraica não dispõe de termo técnico para “baleia”. Essa palavra é usada como resultado de uma interpretação tradicional que atravessou séculos. As Escrituras Hebraicas empregam dag gadol, “grande peixe”, uma vez (1.17; 2.1), e simplesmente dag, “peixe”, três vezes (1.17; 2.1,10). A septuaginta traduz ketei megalo por “grande monstro marinho”, e ketos por “monstro marinho”, a mesma palavra usada no Novo testamento grego (Mt 12.40).

2.      Interpretação: Não há indicio algum no texto para que ele possa ser interpretado como alegoria, ficção didática, mito, lenda, etc. rejeitamos todas essas linhas de pensamento, pois o oráculo foi entregue a Jonas no mesmo estilo dos outros profetas (1.1; Jr 33.1; Zc 1.1). Além disso, o Senhor Jesus Cristo, a maior autoridade no Céu e na terra, interpretou o livro com o histórico, assim como históricos foram o ministério e a ressurreição do Mestre. O Novo Testamento é a palavra final, e isso encerra qualquer questão (Mt 12.39-41; 16.4).

 

III.             A MISERICÓRDIA DIVINA

 

1.      A conversão dos ninivitas (3.8,9): O curto relato do livro de Jonas serve como prenúncio da graça salvadora para todas as nações (Tt 2.11). Os ninivitas foram salvos pela graça, pois “creram em Deus” (3.5) e “se converteram do seu mau caminho” (3.10). As obras foram consequência da sua fé no Deus de Israel.

2.      O “arrependimento” de Deus: O arrependimento humano é mudança de mente e de coração, de pior para melhor. Quando a Bíblia fala que “Deus se arrependeu” (3.10), parece confundir-nos um pouco, pois Deus é perfeito e imutável, não pode mudar, nem alterar a sua mente (Ml 3.6). A explicação para uma declaração como essa é a linguagem antropopática, um modo de falar em termos humanos, ou se trata de uma questão de ordem exegética, que é o nosso caso aqui. Quem mudou, na verdade, foi o povo, e nesse caso o perdão é parte do plano divino (Jr 18.7,8).

3.      Explicação exegética: O texto sagrado declara que “Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho” (3.10a). O verbo hebraico aqui é shuv, literalmente: “voltar-se, retornar”, frequentemente usado para indicar o arrependimento humano. A respeito do “arrependimento” de Deus, que vem na sequência (3.10b), o verbo é outro, naham, “ter pena, arrepender-se” (Gn 6.6; 1 Sm 15.11; Jr 8.18). Essas nuanças linguísticas podem ser confirmadas por qualquer pessoa, ainda que não conheça uma única letra do alfabeto dessas línguas, com o auxilio, por exemplo, da Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego (CPAD).

 

IV.              A JUSTIÇA HUMANA

 

1.      Descontentamento de Jonas (4.1): Jonas foi bem-sucedido em sua missão. Qualquer profeta de Israel, ou mesmo algum pregador de hoje, sem dúvida alguma ficaria satisfeito com o resultado do trabalho. A Bíblia não revela a razão do descontentamento de Jonas, senão o que o ele mesmo afirma, ao dizer que sabia que Deus é “piedoso e misericordioso, longanimo e grande em benignidade e que te arrependes [niham] do mal” (4.2b).

2.      Jonas esperava vingança? O império assírio foi um dos mais cruéis da história e tinha domínio sobre todo o Oriente Médio. Será que Jonas esperava uma vingança como retaliação por terem os assírios massacrado o seu povo? O certo é que, ainda hoje, há crentes que se incomodam com o retorno à Igreja dos que se acham afastados do rebanho. Quem não se lembra do irmão mais velho do filho pródigo? (Lc 15.25-32). Às vezes, a bondade divina incomoda alguns (Mt 20.15).

3.      Compreendendo a misericórdia divina: A misericórdia divina é um dos atributos que revela a natureza de Deus (Ex 34.6; Jr 31.3). O Senhor poupou Nínive da destruição, prorrogou a sua ruina, e perdoou os seus moradores. O próprio Jonas, na qualidade de desertor, também foi alvo da infinita bondade de Deus.

 

CONCLUSÃO

 

Jonas transmite-nos uma importante lição prática. O relato em si mostra a diferença abissal entre a bondade divina e a justiça humana. Aos ninivitas Deus falou por intermédio de Jonas. Hoje, Ele fala através de Jesus, que continua a salvar, a curar ee a batizar com o Espírito Santo (Jo 14.16; At 4.12). Ele mesmo disse: “E eis que está aqui quem é maior do que Jonas” (Mt 12.41 – ARA). O mestre operou sinais, prodígios e maravilhas como nenhum outro antes ou depois dele, e deu oportunidade de salvação a todos (At 10.38). Mesmo assim, foi rejeitado pela sua geração (Jo 1.11). Por isso, lançou em rosto aa incredulidade dos seus contemporâneos e elogiou a fé dos ninivitas por haverem  ou vido a pregação do profeta e arrependido de seus pecados.

 

 

Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)

Editora: CPAD

Trimestre: 4º/2012

Comentarista: Esequias Soares

Tema Central: OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de Cristo

Páginas: 39 - 45

 

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