Texto Áureo: Jonas 3.10
Verdade Prática: O relato de Jonas
ensina-nos o quanto Deus ama e esta pronto a perdoar os que se arrependem
Leitura Bíblica: Jonas 1.1-3,15,17; 3.8-10
Lição 06
INTRODUÇÃO
A
história de Jonas, que fascina crianças e adultos, é mais conhecida por narrar
a experiência do profeta no ventre do grande peixe. No entanto, esse
acontecimento não deve ofuscar o milagre maior: a conversão de uma cidadã pagã.
Os dois milagres foram mencionados pelo Senhor Jesus e continuam a impressionar
ao longo da história.
I.
O LIVRO DE
JONAS
1.
Contexto
histórico: salta aos olhos de qualquer leitor que Jonas é da época do
império assírio, cuja capital era Nínive. O nome do rei ninivita impactado com
a pregação de Jonas, segundo se diz é Adade-Nirari III, falecido em 783 a.C.
Nessa época, Jeroboão II, filho de Joás, reinava em Samaria, sobre as dez
tribos do Norte.
2.
Vida pessoal:
Jonas se apresenta apenas como filho de Amitai (1.1). Ele é mencionado em outras
narrativas bíblicas e, por essa razão, sabe-se que era profeta do reino do
Norte, natural de Gate-Hefer, tendo vivido na época de Jeroboão II (2 Rs
14.23-25). Gate-Hefer localizava-se na terra de Zebulom (Js 19.13), nas
proximidades de Nazaré da Galileia.
Jonas,
que deveria ir para Nínive clamar contra esta cidade, desobedeceu à ordem
divina, procurando fugir para Társis. É o único profeta bíblico, do qual se tem
notícia, que tentou resistir ao Senhor. Ele seguiu em direção oposta. Társis,
segundo Heródoto, é a mesma Tartessos, na orla ocidental do Mediterrâneo, a
sudoeste da Espanha, ideia aceita pela maioria dos pesquisadores bíblicos. Será
que Jonas não conhecia a onipresença de Deus? (Sl 139.7-10).
3.
Estrutura e
mensagem: O livro contém 48 versículos distribuídos em quatro
capítulos. Apesar de começar com estrutura profética (1.1), a mensagem é
apresentada em estilo biográfico. Não deixa, contudo, de ser uma profecia da
história de Israel, ao mesmo tempo em que anunciam o ministério, a ressurreição
e a obera missionaria de Cristo (Mt 12.39-41; 16.4). O tema principal do livro
é a infinita misericórdia de Deus e a sua soberania sobre todas as nações.
II.
O GRANDE
PEIXE
1.
Baleia ou
grande peixe? Na Bíblia Hebraica e na Septuaginta, o versículo 17 é
deslocado para o capítulo seguinte (2.1). A língua hebraica não dispõe de termo
técnico para “baleia”. Essa palavra é usada como resultado de uma interpretação
tradicional que atravessou séculos. As Escrituras Hebraicas empregam dag gadol,
“grande peixe”, uma vez (1.17; 2.1), e simplesmente dag, “peixe”, três vezes
(1.17; 2.1,10). A septuaginta traduz ketei megalo por “grande monstro marinho”,
e ketos por “monstro marinho”, a mesma palavra usada no Novo testamento grego
(Mt 12.40).
2.
Interpretação:
Não há indicio algum no texto para que ele possa ser interpretado como
alegoria, ficção didática, mito, lenda, etc. rejeitamos todas essas linhas de
pensamento, pois o oráculo foi entregue a Jonas no mesmo estilo dos outros
profetas (1.1; Jr 33.1; Zc 1.1). Além disso, o Senhor Jesus Cristo, a maior
autoridade no Céu e na terra, interpretou o livro com o histórico, assim como
históricos foram o ministério e a ressurreição do Mestre. O Novo Testamento é a
palavra final, e isso encerra qualquer questão (Mt 12.39-41; 16.4).
III.
A
MISERICÓRDIA DIVINA
1.
A conversão
dos ninivitas (3.8,9): O curto relato do livro de Jonas serve como
prenúncio da graça salvadora para todas as nações (Tt 2.11). Os ninivitas foram
salvos pela graça, pois “creram em Deus” (3.5) e “se converteram do seu mau
caminho” (3.10). As obras foram consequência da sua fé no Deus de Israel.
2.
O
“arrependimento” de Deus: O arrependimento humano é mudança de mente e
de coração, de pior para melhor. Quando a Bíblia fala que “Deus se arrependeu”
(3.10), parece confundir-nos um pouco, pois Deus é perfeito e imutável, não
pode mudar, nem alterar a sua mente (Ml 3.6). A explicação para uma declaração
como essa é a linguagem antropopática, um modo de falar em termos humanos, ou
se trata de uma questão de ordem exegética, que é o nosso caso aqui. Quem
mudou, na verdade, foi o povo, e nesse caso o perdão é parte do plano divino
(Jr 18.7,8).
3.
Explicação
exegética: O texto sagrado declara que “Deus viu as obras deles, como
se converteram do seu mau caminho” (3.10a). O verbo hebraico aqui é shuv,
literalmente: “voltar-se, retornar”, frequentemente usado para indicar o
arrependimento humano. A respeito do “arrependimento” de Deus, que vem na
sequência (3.10b), o verbo é outro, naham, “ter pena, arrepender-se” (Gn 6.6; 1
Sm 15.11; Jr 8.18). Essas nuanças linguísticas podem ser confirmadas por qualquer
pessoa, ainda que não conheça uma única letra do alfabeto dessas línguas, com o
auxilio, por exemplo, da Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego
(CPAD).
IV.
A JUSTIÇA
HUMANA
1.
Descontentamento
de Jonas (4.1): Jonas foi bem-sucedido em sua missão. Qualquer profeta
de Israel, ou mesmo algum pregador de hoje, sem dúvida alguma ficaria
satisfeito com o resultado do trabalho. A Bíblia não revela a razão do
descontentamento de Jonas, senão o que o ele mesmo afirma, ao dizer que sabia
que Deus é “piedoso e misericordioso, longanimo e grande em benignidade e que
te arrependes [niham] do mal” (4.2b).
2.
Jonas
esperava vingança? O império assírio foi um dos mais cruéis da história
e tinha domínio sobre todo o Oriente Médio. Será que Jonas esperava uma
vingança como retaliação por terem os assírios massacrado o seu povo? O certo é
que, ainda hoje, há crentes que se incomodam com o retorno à Igreja dos que se
acham afastados do rebanho. Quem não se lembra do irmão mais velho do filho
pródigo? (Lc 15.25-32). Às vezes, a bondade divina incomoda alguns (Mt 20.15).
3.
Compreendendo
a misericórdia divina: A misericórdia divina é um dos atributos que
revela a natureza de Deus (Ex 34.6; Jr 31.3). O Senhor poupou Nínive da
destruição, prorrogou a sua ruina, e perdoou os seus moradores. O próprio
Jonas, na qualidade de desertor, também foi alvo da infinita bondade de Deus.
CONCLUSÃO
Jonas
transmite-nos uma importante lição prática. O relato em si mostra a diferença
abissal entre a bondade divina e a justiça humana. Aos ninivitas Deus falou por
intermédio de Jonas. Hoje, Ele fala através de Jesus, que continua a salvar, a
curar ee a batizar com o Espírito Santo (Jo 14.16; At 4.12). Ele mesmo disse:
“E eis que está aqui quem é maior do que Jonas” (Mt 12.41 – ARA). O mestre
operou sinais, prodígios e maravilhas como nenhum outro antes ou depois dele, e
deu oportunidade de salvação a todos (At 10.38). Mesmo assim, foi rejeitado
pela sua geração (Jo 1.11). Por isso, lançou em rosto aa incredulidade dos seus
contemporâneos e elogiou a fé dos ninivitas por haverem ou vido a pregação do profeta e arrependido
de seus pecados.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central: OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações
para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas: 39 - 45
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