Texto Áureo: Jó 1.21
Verdade Prática: Ainda que percamos
todos os nossos bens, continuaremos a desfrutar de nosso bem maior: Cristo
Jesus nosso Senhor.
Leitura Bíblica: Jó 1.13-21
Lição 10
INTRODUÇÃO
Num
mundo materialista quase não há espaço para encarar a realidade das perdas
humanas. Até mesmo alguns crentes parecem viver o mundo encantado das “vitórias
ee conquistas” a qualquer preço. Contudo, perder filhos, imóveis e dinheiro,
por exemplo, são consequências naturais da vida, inclusive dos que seguem aa
Cristo. A grande questão é: Como devemos nos comportar diante de tais
acontecimentos? Já dizia certo pastor: “A verdadeira fé não se mostra nas
bênçãos que recebemos, mas na resignação ante a soberania divina, mesmo quando
perdemos o que Ele nos deu”. Nessa lição, à luz da vida de Jó, estudaremos os
princípios bíblicos para o crente lidar com as perdas no caminho da vida.
I.
JÓ E A
EXPERIÊNCIA DAS PERDAS HUMANAS
1.
Seu gado e
rebanho: A Bíblia descreve Jó como um homem íntegro e que cultivava uma
vida de profundo temor a Deus (1.1). Era bom patrão, bom esposo e um pai sempre
presente e preocupado com a vida espiritual e social dos filhos (1.5). Mas, de
repente, num só dia, ele viu todo seu gado e rebanho esvair-se. Os mensageiros,
um a um, vieram trazer-lhe as inesperadas e funestas notícias (1.14-16).
2.
Seus servos:
Além de bois, camelos e ovelhas, os servos de Jó também tiveram suas vidas
ceifadas, como depreendemos dos versículos 15 a 17: “Aos moços feriram ao fio
da espada”; “fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os
consumiu”; “e aos moços feriram ao fio da espada”. Antes de findar o dia, a
maioria dos funcionários de Jó haviam sido dizimados.
3.
Seus filhos:
O mensageiro não havia ainda terminado de narrar os recentes sinistros a Jó,
quando um outro apareceu com uma notícia ainda mais trágica: “Eis que um grande
vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu
sobre os jovens, e morreram” (v 19). Você pode imaginar, a essa altura dos
acontecimentos, o que se passou pela mente e coração de Jó?
Num
só dia fora privado dos bens, dos funcionários e dos filhos! Qual seria a sua
reação? A de Jó foi rasgar o manto, rapar a cabeça e sofrer a angustia natural
de um pai que acabara de perder todos os filhos: do patrão que ficará sem os
funcionários e do homem rico reduzido à extrema pobreza. Mas contrariando a
reação da lógica humana, Jó, prostrado, adorou a Deus (1.20). Podemos sofrer e,
até mesmo, viver aas perdas da vida. Nisso, somos humanos. Mas devemos, a
exemplo de Jó, reconhecer a grandeza e a soberania de Deus no processo da
perda, ainda que soframos duramente com ela (1.21).
II.
A PERDA DOS
BENS
1.
De ordem
material: Por intermédio de uma vida imediatista, alguns cristãos, em
momentos de perdas significativas, tem dificuldades de confiar em deus. Quando
se perde bens materiais, seja por causa de uma administração deficiente, por
roubo ou devido à traição de pessoas que pareciam amigas, parece que o chão se
abre e tudo vem abaixo. Para lidar com tais questões não há receitas nem
manuais. O que temos é a promessa viva e real de Jesus (Mt 6.33). Acalme seu
coração! E, em Cristo, recomece com fé e coragem!
2.
De ordem
afetiva: Ser preterido no namoro, ou no noivado, é um processo
angustiante. Perder os pais, por mais que seja algo esperado, não deixa de ser
doloroso para o ser humano. Sepultar o cônjuge é dilacerante para a alma.
Enfrentar a separação no casamento, principalmente por adultério, é como sofrer
a amputação de um membro do corpo. A dor finca suas estacas no âmago do nosso
ser, traumatizando-nos violentamente (Sl 42.11; 142.7). Devido ao apego
emocional e sentimental que temos por nossos familiares e por aqueles que nos
cercam, as perdas de ordem afetiva trazem pavor e sofrimento ao nosso coração.
Por isso, ficamos sem direção e mostramo-nos inconformados. É nessa hora que a
nossa saúde psíquica é comprometida, podendo, inclusive, comprometer-nos a vida
espiritual e social (1 Rs 19.9,10). Por isso, não podemos nos esquecer do
socorro divino. Sem Ele, desmoronamo-nos.
3.
De ordem
espiritual: Uma vez que a saúde emocional está comprometida, a crise
espiritual rapidamente se instaura. O crente desenvolve um sentimento de
inércia para buscar a Deus. Ele não vê fundamento algum para viver, e acaba
desejando a própria morte (1 Rs 19.4). Não podemos ignorar a seriedade do
assunto. Se as perdas existenciais na vida do cristão não forem tratadas
bíblica e equilibradamente, certamente haverá consequências graves. Assim, um
bom começo para superarmos as perdas e angústias é lançar sobre o Senhor todas
as nossas ansiedade, por que Ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.7,9).
III.
MESMO NA
PERDA PODEMOS DESFRUTAR O AMOR DE DEUS
1.
Sua graça:
O coro do hino 205 da Harpa Cristã é bem significativo: “Graça, graça/ A mim
basta a graça de Deus: Jesus/ Graça, graça/A graça eu achei em Jesus”. Num
momento de grande angústia, Paulo clamou ao Senhor, rogando-lhe que lhe
removesse um espinho que o incomodava intensamente, Jesus, porém, limitou-se a
responder-lhe: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na
fraqueza” (2 Co 12.9).
O
apóstolo, então, passa a entender que a sua força está na fraqueza, pois o
poder de Cristo aperfeiçoa-se justamente em nossas debilidades. A graça de Deus
é insondável, infinita e incomensurável! Essa graça resgatou-nos. E de tão
completa, ela nos basta por si mesma.
2.
Seu amor:
A graça de Deus é fruto do seu amor por nós. Sua graça é real na vida de todos
os que recebem a Cristo como o seu Salvador. O Pai conhece a dimensão do nosso
sofrimento e importa-se com cada um de nós. A maior prova disso esta no fato de
que Ele ofereceu o seu único Filho para
morrer em nosso lugar (Jo 3.16). Sim, Ele entregou seu precioso Filho por amor
a nós. Seja qual for a sua perda, sinta-se amado por Deus. Esse amor é poderoso
para preencher todo o vazio e solidão que nos ameaça destruir. Como o apóstolo
do amor, podemos dizer: “Nós o amamos porque ele nos amou primeiro” (1 Jo 4.19).
3.
Deus intervém
na história: Servimos a um Deus que, em graça ee amor inefáveis,
intervém na história humana. Ele interveio na tragédia existencial de Jó.
Depois de um longo período de perdas, angústias, dores e sofrimentos
indescritíveis, o patriarca foi miraculosamente restaurado, enquanto orava por
seus amigos (Jó 42.10a). Não desista da sua existência! Busque a Deus em
oração. Ele não tarda em socorrer-nos. Como Deus interveio na vida de Jó,
fazendo com que o seu último estado fosse melhor que o primeiro, Ele também
entrará com providência em sua história. Ele não se esqueceu de você.
CONCLUSÃO
Podemos
perder tudo nessa vida – casa, dinheiro, emprego, excelentes oportunidades,
relacionamentos, pai, mãe, filho, filha, esposo, esposa e, até mesmo, a própria
saúde. Mas, apesar de todos os infortúnios, continuamos a crer no Evangelho de
Cristo, pois Ele é o nosso baluarte e fortaleza. Nele, as perdas redundam em
ganhos eternos, conforme afirma o profeta Habacuque: “Porquanto, ainda que a
figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e
os campos não produzam mantimentos; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e
nos currais não haja vacas, todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no
Deus da minha salvação. Jeová, o Senhor, é minha força” (Hc 3.17-19a).
Alegre-se, pois, em Deus e caminhe sem temor!
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central: OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações
para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas: 64 - 70
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