terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O DISCERNIMENTO ESPIRITUAL DO CRENTE

Texto Áureo: 1 Coríntios 2.15
Verdade Prática: Discernimento é a habilidade conferida pelo Espírito Santo ao cristão para distinguir o real do aparente e a verdade da mentira.
Leitura Bíblica: Deuteronômio 13.1-3; Atos 16.16-18

Lição 13


INTRODUÇÃO

Durante este trimestre aprendemos a precavermo-nos das sutilezas de satanás e dos perigos à nossa volta. Há heresias, aberrações teológicas e doutrinas que aprecem cristãs. Por meio do ensino dos falsos mestres é possível o cristão reconhecer a fonte, mas, ás vezes, tais doutrinas são apresentadas de maneira sutil, tornando-se impossível o seu discernimento sem a ajuda do Espírito Santo.

I.                   DEFININDO OS TERMOS

  1. Sinais e prodígios (v 1): A palavra hebraica ‘oth, traduzida no texto por “sinal” é termo genérico que significa: “marca, insígnia, indício, milagre, sinal miraculosos”. Quando o sentido é de sinais miraculosos, ‘oth vem acompanhado do termo hebraico mophet, “maravilha, milagre, sinal, feito” (Ex 7.3; Dt 4.34; 6.22). O Novo Testamento usa o termo grego semion para descrever os milagres operados por Jesus (At 2.22). À luz do texto sagrado, é perfeitamente possível alguém manifestar tais sinais e maravilhas sem ser enviados por Deus.
  2. Espírito de adivinhação (v 16): A palavra grega usada para “adivinhação” é python, nome de um dragão que, segundo a mitologia clássica, era guardião do templo de Apolo e do oráculo de Delfos. Acreditava-se que Apolo se encarnava nessa serpente para inspirar as pitonisas. Os gregos chamavam de python, portanto, ao adivinho que previa o futuro.
Adivinhação consiste na revelação de segredos do passado, do presente e do futuro. Essa prática associa-se à feitiçaria, cujo intento é usar poderes do mundo espiritual para influenciar as pessoas ou até eventos.
  1. Discernimento: A palavra grega para “discernimento” é diakrisis. O termo aparece três vezes com o sentido de contenda (Rm 14.1). Discernimento, pois, é a capacidade de escolher entre o bem e o mal em virtude do crescimento espiritual (Hb 5.14). É a capacidade sobrenatural para se distinguir a fonte da manifestação espiritual, se é de fato do Espírito Santo, de um espírito demoníaco ou meramente humano (1 Co 12.10).

II.                AS ARMAS ESPIRITUAIS

  1. O dom do Espírito Santo: O dom de discernir os espíritos aparece logo após o dom de profecia (1 Co 12.10). Por essa razão, muitos vêem no referido dom o recurso para se “julgar” as profecias (1 Co 14.29). Entretanto, o contexto neotestamentario mostra que o dom não se limita a essa função; é também útil para identificar a origem das várias manifestações de profecias, línguas, visões e curas. O discernimento de espíritos manifesta-se em situações em que não é possível, pelos recursos humanos, identificar a origem da atuação sobrenatural.
  2. O discernimento apostólico (v 18): Há duas maneiras para se discernir a fonte da mensagem ou dos milagres pelo conteúdo doutrinário (Hb 5.14; 1 Jo 4.1) ou pela revelação do Espírito Santo (At 5.1-5). O apóstolo Pedro não teria como saber o propósito de Ananias e Safira sem a intervenção do Espírito de Deus. Em Filipos, diz o texto sagrado que a jovem com poderes de adivinhação “isto fez por muitos dias” (v 18): “Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus altíssimo” (v 17). Isso parece mostrar que o discernimento foi tanto pelo conteúdo doutrinário como pela revelação do Espírito Santo.

III.             AS ASTÚCIAS MALIGNAS

  1. Uma mensagem embaraçosa (v 17): A jovem estava possessa, tomada pelo espírito das trevas, logo, a mensagem não vinha de si mesma, mas do espírito que a oprimia. Satanás é o pai da mentira (Jo 8.44) e o principal opositor da obra de Deus (At 13.10). Porque, então, o espírito adivinho elogiou os dois mensageiros de Deus, dizendo a todos que eles eram anunciadores do caminho da salvação e “servos do Deus Altíssimo”? Porque era uma estratégia demoníaca para confundir o povo.
  2. O termo “salvação” (v 17): O texto não esclarece a que salvação o espírito imundo referia-se, considerando seu um termo comum entre os pagãos. Essa técnica é usada, ainda hoje, pelas seitas. A salvação dos mórmons, por exemplo, apresenta sentido diferente daquela pregada pelo cristianismo bíblico: como libertação dos pecados (Mt 1.21), livramento da condenação eterna (Rm 8.1) e transformação pelo poder do Espírito Santo (Tt 3.5).
  3. Qual a intenção do espírito de adivinhação? O propósito diabólico era dizer a todos que a mensagem que Paulo e Silas pregavam seria a mesma da jovem adivinhadora. Ainda hoje, Satanás usa essa estratégia para fazer o povo acreditar na falsa idéia  de que todas as religiões levam a Deus. Essa mensagem é absolutamente oposta à Bíblia; Jesus é singular, o cristianismo é exclusivo; somente Jesus conduz o homem a Deus (Jo 14.6; At 4.12).

IV.              DISCERNIMENTO

  1. O falso e o verdadeiro (v 2): Deus deu a Israel profetas legítimos, os quais falaram inspirados pelo Espírito Santo. Mesmo no reino dos profetas, Deus permitiu o surgimento de falsos profetas (2 Pe 1.19-21; 2.1). Como distinguir o falso do verdadeiro? O texto sagrado diz: “profeta ou sonhador... te der um sinal ou prodígio” (v 1). Isso fala de sinais grandiosos que podem impressionar os imprudentes. O termo: “Vamos após outros deuses” (v 2 ), trata-se de milagres estranhos. Qualquer um, portanto, mesmo com o mínimo de discernimento, tem condições de discernir a fonte desses aparentes milagres.
  2. A necessidade do discernimento: Já vimos em lições anteriores a possibilidade de  manifestações sobrenaturais por meio de homens não comprometidos com a verdade. Jesus disse que o Anticristo virá fazendo sinais, prodígios e maravilhas de maneira tal que, se possível fora, enganaria até os escolhidos (Mt 24.24). Os agentes de Satanás transformam-se em anjo de luz, e seus mensageiros em ministros de justiça (2 Co 11.13-15). O crente depende da ajuda do Espírito Santo para discernir a verdade, e, para isso, é necessário estar em comunhão com Ele.

CONCLUSÃO

é de ver do cristão não se levar pela manifestação de sinais sobrenaturais sem antes ter certeza de sua origem. Há quem defenda a ortodoxia cristã, mas não tem qualidade ética, não vive o que prega e nem prega o que vive. Por outro lado, há quem viva uma vida exemplar, mas cuja doutrina é heresia. Que Deus abençoe e ajude-nos! Fiquemos sempre na Palavra de Deus.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 2º/2006
Comentarista: Esequias Soares
Consultor Doutrinário e Teológico: Antonio Gilberto
Tema Central: Heresias e Modismo – Combatendo os erros doutrinários
Páginas: 91 - 96

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